sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ESCULTURAS DE RODIN

MARAVILHOSAS OBRAS DE RODIN ANJO E O PENSADOR


Ao receber uma encomenda do governo francês em 1880 para fazer um portal que figuraria na entrada do Museu de Artes Decorativas de Paris, cujo tema era "A divina comédia", de Dante Alighieri, Auguste Rodin (1840-1917) teve a idéia de iniciar um ambicioso projeto a que deu o nome de "A porta do Inferno".
O artista pretendia fazer uma enorme série de esculturas tematizando os versos de Dante e representando os personagens do poema, mas nunca chegou a finalizá-lo, apesar de esboçar cerca de 200 peças. No entanto, obteve inspiração para produzir seu trabalho mais famoso: "O pensador".
Com 800 quilos e quase quatro metros de altura, a escultura é um dos 25 exemplares da obra existentes no mundo. Durante sua vida, Rodin permitiu que suas obras fossem reproduzidas sem qualquer controle - "O beijo", por exemplo, teve diversas tiragens - e, um ano antes de morrer, deu ao Estado francês a custódia de sua obra e direitos de reprodução.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o Museu Rodin (fundado em 1908) regulamentou o processo, distinguindo as edições originais das posteriores. Estes 25 exemplares do "O pensador" integram uma única tiragem da obra referendada pela instituição, feitas a partir do modelo de gesso de goma laqueado por Eugène Rudier, fundidor de Rodin a partir de 1902.

Sem perda de qualidade

A escultura de bronze, criada a partir de um molde de gesso, ao contrário dos trabalhos em mármore, pode ser reproduzida sem qualquer decréscimo de qualidade. "Cópia não é o termo adequado para se denominar essa série de 25 reproduções. Os moldes de gesso permitem que se obtenha obras autênticas e o artista optou pelo bronze em detrimento do mármore justamente para permitir essas reproduções", destaca o organizador Romaric Sulger Büel.

"O pensador" original tinha apenas 72 centímetros de altura e foi exposto pela primeira vez em 1888, em Copenhague, com o título de "O poeta". A estátua representava Dante em frente aos portões do Inferno, ponderando sobre seu poema e transfigurando seus sonhos num ato de criação. No ano seguinte, a obra recebeu o nome de "O poeta pensador", para depois se tornar apenas "O pensador".
Em 1902, o escultor decidiu aumentar as proporções do trabalho e, utilizando-se de uma técnica criada por Henri Lebossé, o ampliou para 1,83m e acrescentou-lhe um pedestal de 1,63m. Dois anos depois - há exatamente um século - a estátua monumental tinha sua primeira exibição pública.
É irônico que François Auguste René Rodin tenha sido rejeitado pela Escola de Belas-Artes da França por três vezes. Apesar do obstáculo inicial, o artista parecia fadado ao sucesso, já que seu trabalho para empresários de decoração o levou se tornar aprendiz de Carrier-Belleuse, que o levou à Itália em 1875, onde conheceu e foi inspirado pela arte renascentista de Michelangelo e Donatello.
Numa viagem a Londres, em 1882, Rodin conheceu os trabalhos de artistas contemporâneos que, inspirados pelas pinturas e poemas de William Blake, ilustravam a obra de Dante. Outra grande referência para o escultor foi o trabalho de Botticelli, o primeiro grande artista a retratar os cenários da "A divina comédia".
A encomenda do governo francês veio a calhar, reunindo todas essas influências sob um único objetivo e abastecendo a imaginação do artista por quase 40 anos, durante os quais ele fez diversos trabalhos pensando nos versos de Dante.

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sábado, 9 de janeiro de 2010

SALVADOR DALI - BIOGRAFIA


Salvador Felipe Jacinto Dalí nasceu em Figueras, Catalunha, na Espanha, em 11 de maio de 1904. Desde cedo revelou talento para o desenho e o pai, um tabelião, mandou-o a Madri para estudar na Escola de Belas- Artes de San Fernando, da qual seria expulso anos depois.
Na capital espanhola conheceu o cineasta Luis Buñuel e o poeta Federico García Lorca. Suas primeiras obras, como "Moça à janela", enquadradas numa linha naturalista e minuciosa, já produziam uma ambígua sensação de irrealidade, que se acentuaria posteriormente.
Em 1928, persuadido pelo pintor catalão Joan Miró, transferiu-se para Paris e aderiu ao movimento surrealista. Foi por essa época que conheceu a mulher do poeta Paul Éluard, Gala, sua futura companheira e modelo.
Colaborou então com Buñuel em dois filmes célebres, Un chien andalou (1928; Um cão andaluz) e L'Âge d'or (1930; A idade de ouro) e pintou algumas de suas melhores obras: "A persistência da memória" e "O grande masturbador". Nelas exibia um estilo maduro que, embora mostrasse certas influências de De Chirico, atestava absoluta originalidade como representação de um mundo onírico, povoado de alegorias metafísicas e imagens sexuais, apoiadas numa técnica apurada.
Sua exposição de 1933 lhe deu fama internacional e Dalí lançou-se, então, a uma vida social repleta de provocações e excentricidades. Essa atitude, por alguns considerada mistificadora e venal, aliada a uma postura apolítica, provocou sua expulsão do grupo surrealista.
Durante esse período, adotou o "método de interpretação paranóico-crítico", baseado nas teorias da psicanálise, associando elementos delirantes e oníricos numa linguagem pictórica realista, com freqüentes imagens duplas e objetos do cotidiano, como em "Construção mole com ervilhas cozidas", "Praia com telefone", "Premonições da guerra civil", "Canibalismo de outono" e "O sono".
Durante a segunda guerra mundial, Dalí radicou-se nos Estados Unidos, perto de Hollywood, e colaborou em alguns filmes. No final da década de 1940 regressou à Espanha e deu início a uma fase inpirada em obras-primas de pintores do passado, como "A última ceia", de Leonardo da Vinci, "As meninas", de Velázquez, "Angelus", de Millet, "A batalha de Tetuan", de Meissonier, e "A rendeira", de Vermeer de Delft -- seu pintor favorito.
Posteriormente, alternou a pintura com o desenho de jóias e a ilustração de livros. Enquanto isso, sucediam-se as retrospectivas de sua obra ( Nova York, 1966; Paris, 1979; Madri, 1982) e, à medida que diminuíam suas aparições públicas, a polêmica dava lugar à renovação do interesse por sua pintura.
Em 1974 foi inaugurado em Figueras o Museu Dalí. Oito anos depois morreu Gala, fato que incidiu negativamente sobre sua atividade artística.
Em 23 de janeiro de 1989, na mesma Figueras natal, morreu Salvador Dalí.
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